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Ricardo Santos

Ricardo Augusto Dos Santos, pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz, concluiu o Doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense em 2008. Foi Pesquisador Colaborador da Universidad Nacional de General San Martín (Argentina), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Pesquisador do CNPq e Pós-Doutor em História pela Unicamp.

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Posts by Ricardo Santos:

  • COERÇÃO E CONSENSO NA PERSPECTIVA DO ESTADO AMPLIADO.

    Posted at IGS Archive: 22 Jan 2020
    Originally published in VIII Seminário Internacional de Teoria Política do Socialismo e II Colóquio Internacional Gramsci: As categorias teóricas de Antonio Gramsci e a verdade efetiva das coisas. | 2019
  • A partir da perspectiva ampliada, o Estado não é autônomo na condução das políticas repressivas frente aos operários, manifestantes de movimentos sociais ou moradores das favelas. Entretanto, o estado-coercitivo não será imparcial aos desmandos autoritários e agressivos da sociedade civil. A hegemonia exercida caracteriza-se pela força e consenso, equilibrando-se, sem que uma prevaleça totalmente sobre a outra. A coerção não existe sem o consenso, nem o consenso prescinde da força. Ampliando-se o Estado, ele torna-se um conjunto de relações sociais estratificadas. Portanto, se os atos coercitivos (policialescos e jurídicos) ocorrem em democracias estáveis, períodos de transição democrática ou conjunturas autoritárias, eles não são cometidos devido a excessos ou ações de homens maus, mas sim características sócio-históricas de controle social, inexistindo uma separação entre Estado Restrito e Sociedade Civil. A Hegemonia é constituída de consenso e coerção. Para efetuarmos uma análise mais clarificada, torna-se imprescindível pensar os atos repressivos policiais e jurídicos numa perspectiva gramsciana. Trabalhando com a concepção de Estado Ampliado, o esquema simplificado, segundo o qual a Sociedade Política corresponde à coerção e a Sociedade Civil à Hegemonia consensual, é pulverizado. Através da complexidade da análise gramsciana inexiste a divisão entre as esferas. A análise dicotômica ignora a perspectiva das Díades Gramscianas, inserindo em lugar destas complexas determinações históricas, falsos antagonismos entre Sociedade Civil X Sociedade Política. A leitura cuidadosa dos Cadernos dos Cárceres proporciona uma crítica à interpretação consolidada da suposta oposição Coerção X Consenso. Mas, é absolutamente necessário o confronto com a observação histórica. A análise marxista ultrapassa a aparência, mas sem a concretude dos fatos, estaremos reduzidos a metafísica. A análise concreta marxista exige pesquisa de uma situação concreta.